Roubo de celular: Mercado de seguros cresce em São Paulo com alta de delitos

Com o aumento do número de roubos em grandes cidades, usuários têm recorrido cada vez mais a seguros, de forma a amenizar as perdas

Em São Paulo, mais de 100 mil celulares foram roubados nos primeiros nove meses de 2021.
12 de abril, 2022 | 03:54 PM

Bloomberg Línea — Em meio ao aumento no número de furtos e roubos de aparelhos celulares, consumidores têm recorrido cada vez mais a seguros, de forma a amenizar as perdas, enquanto empresas passaram a focar mais no produto, de olho na demanda.

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De acordo com o Departamento de Pesquisas em Economia do Crime da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), mais de 100 mil celulares foram roubados nos primeiros nove meses de 2021 na cidade de São Paulo.

Mas quanto custa um seguro para celular? O que cobre? A Bloomberg Línea conversou com duas seguradoras, a Porto Seguro (PSSA3) e a Pier, para entender como funcionam seus produtos e como está o mercado atual para seguros de celular.

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Como escolher um seguro para celular

De acordo com Jarbas Medeiros, diretor executivo de Ramos Elementares da Porto Seguro, o seguro celular tem ganhado mais espaço no mercado e possui grande potencial, principalmente considerando que o universo de celulares no Brasil engloba entre 230 milhões e 250 milhões de dispositivos.

“Cada vez mais o aparelho é imprescindível, seja para fazer compras, pagar contas e, com os golpes online, passaram a ficar altamente visados para roubo”

Em fevereiro, a Porto Seguro reformulou os planos de seguro celular da casa, de forma a incluir coberturas adicionais, como ocorrências internacionais e furto simples, que é aquele sem vestígio do crime.

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Toda a contratação se dá de forma online, pelo site e pelo aplicativo da seguradora, sendo o contrato com validade de doze meses. Lá, a maior parte dos clientes têm valor contratado acima de R$ 5 mil por aparelho, de marcas como iPhone e Samsung, que têm preços mais elevados no mercado, conta.

A ideia da companhia é atingir um mercado que hoje, segundo dados da empresa, só atende a 5% do total de aparelhos de telefonia móvel no país.

Novas empresas

Outra empresa que tem ganhado espaço no segmento de seguro celular é a insurtech Pier, que viu sua base de clientes para o produto crescer 172% em 2021 em relação ao ano anterior. Atualmente, a empresa, que também oferece seguro para automóveis, possui uma base de 100 mil membros, sendo 70% de seguro celular.

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Dentre os modelos com maior contratação de seguro estão aparelhos da Apple, Samsung, Motorola, Xiaomi, Asus e LG. Atualmente, 63% da base da companhia está na região Sudeste (sendo 58% apenas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro), especialmente nas capitais e regiões metropolitanas. Fora desta região, o estado com maior representatividade é a Bahia, com 4,8% da base total.

Assim como na Porto Seguro, a contratação é feita de forma online, pelo aplicativo. A diferença, além dos planos, está nos contratos, que são renovados todos os meses.

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Quanto custa um seguro

O valor do seguro vai variar de acordo com modelo, marca e memória do dispositivo. O número de sinistros relacionados ao aparelho no local onde reside a pessoa também pode influenciar no preço.

Na Porto Seguro, um seguro inicial (com cobertura de roubo) para o Samsung S20 de 128GB, que custa em média R$ 2.260, é de R$ 17, por exemplo, chegando a R$ 32 no plano completo (quebra, roubo e furto simples).

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No caso de um iPhone 11, de 64 GB, que tem preço médio de R$ 3.900, o preço mensal do seguro em um plano inicial sai por R$ 22 e o completo, por R$ 44.

Na Pier, uma simulação para o mesmo Samsung S20 de 128GB aponta um valor de R$ 59,30 (no plano econômico, com reembolso de 80% do valor do aparelho seminovo) e R$ 81,50 (no premium, que inclui reembolso de 100% do montante). Para o iPhone 11, de 64GB, os valores seriam R$ 54,10 (plano econômico) e R$ 74,40 (plano premium).

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As simulações de preços podem ser feitas no site de ambas as seguradoras.

O que cobre

Assim como o preço da mensalidade do seguro, as coberturas também vão variar de acordo com o plano – e da seguradora – escolhidos e devem ser analisadas atentamente antes da contratação.

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Entre as principais coberturas que podem ser oferecidas por um seguro para celular estão danos físicos, como quebra acidental, roubo (quando a pessoa é abordada com violência e levam o aparelho), furto qualificado (quando o aparelho é levado e há algum vestígio do crime) e furto simples (quando o aparelho é levado sem vestígios de crime).

Quanto maior o rol de coberturas, maior o preço do plano mensal. Nem todas as seguradoras oferecem todas as coberturas acima, por isso é importante que o usuário coloque na balança o que faz mais sentido para ele ao contratar o serviço.

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Na Pier, por exemplo, a cobertura é apenas para o território nacional e o seguro não cobre danos físicos (queda acidental ou outros danos no aparelho) nem perdas. Já o plano mais completo da Porto Seguro inclui quebra acidental, roubo e furto simples.

Há também os modelos de franquia (ou co-participação) a ser paga no caso de sinistro. Ela existe em algumas seguradoras para que o pagamento mensal do seguro fique mais barato, já que o cliente só precisa desembolsar o montante caso venha a acionar o seguro.

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Enquanto a Pier não cobra franquia no plano premium, na Porto Seguro há uma participação obrigatória do cliente de 25% do valor do aparelho. Caso o cliente aceite compartilhar seus dados para que a seguradora ofereça outros serviços, a franquia cai para 20%.

Em outras palavras, no caso de sinistro, o cliente terá que desembolsar 20% do valor do aparelho para ter o reembolso do restante do montante.

Empresas que também oferecem

Além da Porto Seguro e da Pier, consultados pela matéria, outras empresas também oferecem o produto. É o caso do Nubank, em parceria com a seguradora Chubb, Ciclic, da BB Seguros, bem como operadoras de celular em parceria com seguradoras, caso da Vivo, com a Zurich.

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

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