Dólar tem forte alta e Ibovespa recua após fala dura de membro do Fed

Lael Brainard disse que o banco central americano elevará os juros de forma metódica e reduzirá o balanço patrimonial em ritmo acelerado já a partir de maio

Dólar tem forte alta e Ibovespa recua após fala dura de membro do Fed
05 de abril, 2022 | 02:13 PM
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Bloomberg Línea — Após uma sequência recente de baixa, o dólar (USDBRL) voltou a se valorizar nesta terça em relação ao real no Brasil, seguindo o mau humor internacional após a governadora do Federal Reserve, Lael Brainard, dizer que o banco central americano elevará os juros de forma metódica e reduzirá o balanço patrimonial em ritmo acelerado já a partir de maio.

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As afirmações de Brainard sustentaram o avanço do dólar em relação às demais moedas globais e impulsionou os rendimentos dos Treasuries de diferentes vencimentos. No Brasil, as taxas dos contratos de DI também foram pressionadas. O Ibovespa (IBOV) aprofundou as perdas e perdeu o patamar de 120 mil pontos, seguindo desempenho semelhante das bolsas de Wall Street.

  • O Ibovespa tinha baixa de 1,25%, marcando 119.769 pontos às 15h (horário de Brasília);
  • Na Bolsa de Nova York, o índice Dow Jones (INDU) recuava 0,45% e o S&P 500 (SPX) tinha baixa de 0,8%;
  • Já o Nasdaq 100 (NDX), referência em tecnologia, recuava 1,9%, mesmo com a alta de 2,4% das ações do Twitter (TWTR);
  • O dolar era negociado a R$ 4,662, com alta de 1,5%, após ter encerrado na segunda marcando R$ 4,59;
  • No mercado de juros, a taxa do contrato de DI para janeiro de 2025 subia de 11,095% para 11,28% e a de janeiro de 2027 passava de 10,855% para 11,04%;

No exterior, o sentimento continua sendo de maior aversão ao risco, após a União Europeia afirmar que está considerando a proibição do carvão russo – o que aumenta a pressão sobre Moscou pela invasão da Ucrânia. A Rússia fornece cerca de metade do carvão térmico do continente, utilizado para alimentar centrais elétricas e gerar eletricidade.

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Os movimentos do mercado continuam a ser moldados pelas ramificações da guerra na Ucrânia e pelo aperto da política monetária à medida que os custos das matérias-primas alimentam a inflação.

A ata do Federal Reserve, que será divulgada na quarta-feira (6), guiará as expectativas sobre a rapidez com que o banco central dos EUA aumentará as taxas e reduzirá suas participações em títulos. O ressurgimento da covid-19 na Europa e na Ásia e os novos lockdowns na China também estão obscurecendo as perspectivas de crescimento global.

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Por aqui, o destaque segue com a Petrobras (PETR3, PETR4). Após a desistência formal de Adriano Pires, o cargo de presidente da estatal poderá ficar com Caio Mario Paes de Andrade, secretário especial do Ministério da Economia.

Entre as commodities, o petróleo tinha leva baixa pressionados por uma discussão sobre a possibilidade de os EUA e a Europa estenderem as sanções de petróleo e carvão da Rússia. De acordo com o conselheiro de segurança nacional americano, Jake Sullivan, Washington anunciará medidas adicionais esta semana, que podem conter mais restrições à energia.

  • O petróleo tipo WTI era negociado próximo dos US$ 103 o barril, enquanto o tipo Brent era negociado na casa dos US$ 107, praticamente estável.

Nos EUA, destaque ainda para a notícia de que o bilionário e empresário Elon Musk se juntará ao conselho de administração do Twitter (TWTR) após assumir uma participação de 9,2% na empresa de mídia social.

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-- Com informações de Bloomberg News

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Mariana d'Ávila

Editora assistente na Bloomberg Línea. Jornalista brasileira formada pela Faculdade Cásper Líbero, especializada em investimentos e finanças pessoais e com passagem pela redação do InfoMoney.

Toni Sciarretta

News director da Bloomberg Línea no Brasil. Jornalista com mais de 20 anos de experiência na cobertura diária de finanças, mercados e empresas abertas. Trabalhou no Valor Econômico e na Folha de S.Paulo. Foi bolsista do programa de jornalismo da Universidade de Michigan.

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